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Em 2007, foram registrados 3.474 novos casos da doença no Estado e, no ano passado, 3.043

A tuberculose já foi considerada o maior dos males do século XIX, permaneceu como risco no século passado e, mesmo com os avanços no diagnóstico e tratamento, continua assustando neste século XXI. Os números referentes a 2008 ainda estão sendo tabulados. Dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram, entretanto, que em 2007 foram registrados 72 mil novos casos da doença no País, com a média nacional ficando em 38,2 por 100 mil habitantes. O Ceará tem média de 42,12, ocupando a quinta posição no ranking brasileiro.

Além de apresentar superior à média nacional, o Estado ficou abaixo apenas da incidência do Rio de Janeiro (73,27 por 100 mil), Amazonas (67,60), Pernambuco (47,79) e Pará (45,69). Em 2007, foram registrados 3.474 novos casos no Ceará e, até agora, 3.043 em 2008. Esses números e os problemas que garantem a permanência dos mesmos no Estado serão desenvolvidos hoje pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), dentro do Dia Mundial de Controle da Tuberculose.

Para começar, segundo o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manuel Fonseca, apesar da aparente redução, não se pode ainda contar a diminuição como verdade absoluta, já que os casos do ano passado ainda estão sendo contabilizados. Em sua avaliação, os registros de tuberculose não têm conseguido atingir redução significativa, com média anual de dois mil novos casos.

Depois, há registros de tuberculose em 95% dos municípios cearenses, sendo que o Estado ainda possui 18 cidades na lista do Ministério da Saúde como prioritárias para o combate da doença devido ao alto número de casos de 2008. Nos municípios prioritários, como Fortaleza, Sobral, Caucaia, Maracanaú, Itapipoca, Crato, Juazeiro do Norte e Itapajé, estão 63% dos casos. Uma das razões para esse quadro, acredita, está na alta incidência de abandono do tratamento.

Como a atenção é prolongada e nos primeiros 20 dias, os sintomas da doença começam a desaparecer e o paciente sumindo do posto de saúde. A Organização Mundial de Saúde tem como aceitável até 5% de abandono. O índice no Estado, entretanto, está em 8,3%. Em sua avaliação, o problema é que além da falta de conscientização, há casos de tuberculoses atrelados ao uso de álcool e outras drogas cujo acompanhamento se torna mais difícil.

A programação de hoje conta também com a participação dos profissionais da Vigilância Epidemiológica e responsáveis pela tuberculose das regionais de saúde e das secretarias regionais de Fortaleza, além dos integrantes do Comitê Metropolitano da Tuberculose. Hoje, não existe uma unidade centralizada para o atendimento de tuberculose, com atenção nos 99 postos de saúde da Prefeitura de Fortaleza. Conforme a responsável pelo Programa de Controle da doença da Secretaria de Saúde do Município, Betânia Linhares, há cerca de 1600 pacientes sendo atendidos. Os casos mais graves são encaminhados para o Hospital de Messejana.

Ontem, durante o 3º Fórum Mundial de Parceiros Stop TB, no Rio de Janeiro, relatório apresentado pelo Ministério da Saúde mostra que embora os casos de tuberculose tenham caído 24,4% no Brasil em sete anos, o País continua na lista das 22 nações com maior número de pessoas infectadas.

DOSE FIXA COMBINADA
Novo remédio será usado em tratamento

O Sistema Único de Saúde (SUS) terá, no segundo semestre deste ano, um novo remédio para o tratamento da tuberculose, anunciou, ontem, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. O medicamento é o TFC (dose fixa combinada), conhecido como quatro em um. A droga reduz de seis para dois comprimidos a dose diária utilizada atualmente no tratamento da doença.

Durante a abertura do 3º Fórum Mundial Stop TB, a principal reunião internacional para discutir a redução e a erradicação da doença no mundo, o ministro explicou, ainda, que o novo esquema terapêutico é mais barato, facilita a adesão do paciente e o combate à multi-resistência do bacilo de Koch, bactéria que provoca a maioria dos casos de tuberculose.

O tempo de duração do tratamento e os efeitos colaterais continuam similares. Hoje, 8% das pessoas que começam o tratamento no País abandonam antes da cura.

Temporão lembrou que, desde 2003, o controle da tuberculose é prioridade para o governo e que os resultados dos últimos anos confirmam o forte investimento no combate à doença. “Enquanto, em 2000, o Brasil gastou US$ 9 milhões para combater a tuberculose, só em 2008, investimos US$ 70 milhões no programa de combate e controle à tuberculose. De 2003 até hoje, tivemos 10% de redução de novos casos, e nossa meta é que, até 2015, o Brasil reduza pela metade o número de casos da doença.”

Saúde da Família

Segundo o ministro da Saúde, para acabar com a doença, o País precisa expandir o tratamento supervisionado, por meio da Estratégia Saúde da Família, que já tem cobertura de 86% na rede pública dos 315 municípios em situação mais crítica. Temporão disse que por meio da atenção básica é possível prevenir doenças como a tuberculose.

Erilene Firmino
Repórter

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